Indústria calçadista sinaliza crescimento para 2023

Indústria calçadista sinaliza crescimento para 2023

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Por Eleni Kronka

Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

Os números referentes à produção apontam para a retomada da indústria nacional, com destaque para dois setores importantes: calçados esportivos e calçados de couro.

Importante player no mercado mundial, a indústria calçadista brasileira deve dar, em 2023, novos passos de retomada em números de faturamento e produção.  A base da estimativa é o Estudo do Mercado Potencial de Calçados em Geral que acaba de ser lançado pelo IEMI – Inteligência de Mercado.

O levantamento estima que o setor deve registrar um total aproximado de 943,7 milhões de pares produzidos até o final de 2023. Este número representa um crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior, quando a produção chegou a 920 milhões de pares.

O faturamento da indústria também cresce, acompanhando a alta da produção. Se em 2022 foram movimentados quase R$ 37 bilhões, isto é 9,4% sobre 2021, até o final de 2023, o montante deve chegar a R$ 40,7 milhões, com crescimento de 10%.

Aspectos pontuais sobre o desempenho de segmentos do setor

Em matéria recente, o IEMI trouxe dados sobre a performance positiva do segmento de calçados esportivos.

O recente levantamento da empresa destaca que, em 2022, a produção de calçados esportivos no Brasil apresentou crescimento de 4,3% em volume. Tal dado equivale a um montante de mais de 81,5 milhões de pares produzidos. 

Ainda em matéria de calçados esportivos, a estimativa para 2023 é manter o percentual de crescimento, equivalente a 2,6%. Em volume de pares, este dado representa um total aproximado de 84 milhões de pares estimados até o final do ano.

Outro dado importante diz respeito à produção de calçados de couro por parte da indústria brasileira. O estudo do IEMI assinala que, em 2022, este segmento apresentou crescimento da ordem de 3,3% em 2022. Em volume de pares, isto representa cerca de 163 milhões de pares.

O desempenho deste segmento importante da indústria calçadista nacional é também de retomada, desde o momento da pandemia. Isto porque em 2019, a produção em volume de pares ultrapassava 171 milhões de pares. Em 2020, momento de isolamento social e fechamento de estabelecimentos, a produção caiu para 152,1 milhões de pares, com queda de 11,2% em relação ao exercício anterior.

O ano de 2021 é de crescimento de 3,7%, chegando a 157,8 milhões de pares. E 2022 veio com crescimento de 3,3% em 2022, quando a produção atinge 163,1 milhões de pares.

Vale lembrar que o couro tem especial representatividade entre as matérias-primas utilizadas pela indústria de calçados no Brasil. Só em 2019, representou 17,6%. Em 2020, o segmento representou uma fatia de 17,7%, caindo para 16,9% em 2021. O ano de 2022 foi de retomada, quando o percentual de participação do couro dentro do total produzido pela indústria nacional chegou a 17,7%.

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Conheça os estudos IEMI para o mercado de calçados.

Fatores externos à indústria impactam sobre os números

Como ocorreu em todos os setores, a pandemia foi fator de impacto sobre os negócios da indústria calçadista. O setor vinha em alta até 2019, quando a produção atingiu o patamar de 973,2 milhões de pares, com faturamento de R$ 34,5 bilhões.

Porém, 2020 foi ano de quebra na produção e faturamento, dadas as restrições geradas pela crise sanitária. O volume fabricado naquele momento caiu para 860,9 milhões de pares (-11,5%), para um montante faturado de R$ 30,4 bilhões, ou 11,7% a menos que o ano anterior.

O ano de 2021 chegou com uma retomada de 8,8% nos dados de produção, que subiu para 936,4 milhões de pares. O faturamento acompanhou este desempenho, com uma alta de 11,4%, para um montante que chegou a R$ 33,9 bilhões.

A reação da indústria brasileira calçadista confirmou-se em 2022, pelo menos em receita, quando o a produção caiu para 919,8 milhões de pares, porém com faturamento correspondente a R$ 37,0 bilhões, ou cerca de 9,4% superior ao de 2021.

Exportações versus importações

Em termos de mercado internacional, os números da indústria calçadista brasileira também mostram recuperação. As importações, por exemplo, que estavam em 28 milhões de pares em 2019, para um faturamento de R$ 1,47 bilhão, em 2020 caíram para 21,1 milhões de pares (-25%). O faturamento, porém, apresentou leve alta de 4,8%, fixado em R$ 1,5 bilhão naquele ano.

As importações subiram 7,5% em 2021, indo para 22,7 milhões de pares, o que representou um montante de R$ 1,5 bilhão importados. Já em 2022, a alta foi de 13,7% na importação de 25,8 milhões de pares. Enquanto o faturamento de R$ 1,9 bilhão e representou 22,5% de alta.

As exportações também seguem em ritmo crescente. Em 2019 estavam em 115,2 milhões de pares (R$ 3,8 bilhões), caindo 18,6% em 2020. Naquele ano, o volume de pares ficou em 93,7 milhões, para um faturamento de R$ 3,4 bilhões, o que corresponde à queda de 11,5%.

As vendas externas voltaram a subir para 123,7 milhões de pares (alta de 31,9%) em 2021, para um montante de R$ 4,9 bilhões em valores em 2021.

Finalmente, em 2022, houve alta de 14,8% no volume de pares, que atingiu a marca de 141,9 milhões de pares, enquanto o faturamento cresceu 39,4%, chegando a R$ 6,8 bilhões.

Mais informações sobre o desempenho do setor calçadista no Brasil você encontra no Estudo do Mercado Potencial de Calçados em Geral e no site iemi.com.br/calcados

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