A geração de empregos na indústria têxtil e confeccionista volta a crescer, mesmo com o fechamento de empresas

Relatório Setorial do IEMI Inteligência de Mercado consolida números de 2017 e traz importantes informações estatísticas dos principais elos que compõem a cadeia produtiva têxtil nacional

Em agosto deste ano, o IEMI – Inteligência de Mercado, lançou a sua 18ª edição do Brasil Têxtil – Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira, com o apoio institucional da Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de e do Senai CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil.

Além de informações estatísticas dos principais elos que compõem a cadeia produtiva têxtil nacional, como fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento, nãotecidos e confecção, nesta edição a cadeia produtiva têxtil e confeccionista brasileira, quando comparada aos indicadores da indústria de transformação do Brasil, apresenta sua real importância, tanto pela relevância do valor da sua produção, quanto pela sua capacidade de gerar empregos.

A cadeia têxtil produziu em 2017 aproximadamente R$ 164,7 bilhões, o equivalente a 7,0% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação, excluindo as atividades de extração mineral e a construção civil, que complementam o setor secundário da economia.

A cadeia têxtil gerou mais de 1,5 milhão de postos de trabalho em 2017, o equivalente a 18,7% do total de trabalhadores alocados na produção industrial no ano, o que demonstra que além da sua grande relevância econômica, esse é um segmento de forte impacto social.

Capa-book-IEMI-Brasil-Têxtil-2018

Em 2017, o número de unidades produtivas em atividade no setor têxtil recuou 7,1%, de 29,6 mil unidades produtivas para 27,5 mil. No segmento confeccionista a queda foi de 7,3%, passando de 26,8 mil unidades para 24,8 mil, no segmento têxtil a queda foi de 4,7%, de 2,8 mil para 2,7 mil unidades e o segmento de fibras e filamentos manteve-se estável, com 18 unidades produtivas.

Em termos de pessoal ocupado, houve crescimento de 1,9%, de 1,495 milhão para 1,523 milhão de empregados. No segmento confeccionista a alta foi de 2,2%, passando de 1,228 milhão para 1,255 milhão de empregados, no segmento têxtil a alta foi de 0,7%, de 260 mil para 262 mil empregados e o segmento de fibras e filamentos, também manteve-se estável, com 6 mil vagas ocupadas.

Independente da queda das unidades produtoras, houve aumento no número médio do pessoal ocupado nas unidades remanescentes, passando de uma média de 50 para 55 funcionários.

Em relação a produção têxtil em toneladas, no último ano, a produção de bens manufaturados têxteis apresentou alta de 5,8%. Já em seus segmentos específicos, todos tiveram alta, com destaque para os nãotecidos, com 6,1%, seguidos pelos fios, com 3,6%, tecidos, com 2,3% e malhas, com 1,3%. Nos confeccionados, a alta foi menos intensa, de 1%, sendo positiva em vestuário, meias e acessórios (2,3%), porém negativa nos artigos de linha lar (-3,9%). Analisando somente o segmento de vestuário

 Panorama têxtil mundial

De acordo com o relatório, o mercado têxtil mundial vem registrando crescimento constante no que se refere tanto aos volumes produzidos quanto ao comércio exterior. Em 2017, 100,3 milhões de toneladas de fibras têxteis foram consumidas, uma alta de 5,4% sobre o ano anterior. No período compreendido entre 2000 e 2017, houve aumento de 67,7%, equivalente a um crescimento médio de 3,1% ao ano.

As fibras químicas representaram 73,7% do consumo total em 2017. Em 1970, eram apenas 39%, passando para 44% em 1980, 48% em 1990 e 58% em 2010. Com base nos dados do consumo mundial de fibras em 2000 e 2017, bem como na população mundial nesses mesmos anos, é possível concluir que em 2000 o consumo mundial per capita era de 10,2 kg/habitante e passou para 13,2 kg/habitante em 2017, ou seja, uma taxa média de +0,15% ao ano.

A possibilidade de crescimento é grande se considerarmos que a maioria da população mundial ainda sobrevive com baixo poder aquisitivo. Porém, à medida que a renda da população aumente em razão de sua melhor distribuição ou do maior crescimento econômico dos países pobres, haverá certamente uma alta significativa do consumo mundial de têxteis.

Exportações têxteis mundiais

A China é responsável por 33% das exportações mundiais de produtos têxteis e de vestuário, porém Bangladesh e Alemanha, Itália e Vietnã e continuam mantendo a tradição de grandes exportadores.

Embora o Brasil seja um dos grandes produtores e um dos maiores consumidores mundiais, em termos de comércio internacional a sua participação ainda é muito pequena, estando colocado na 26ª posição entre os maiores exportadores de têxteis e na 79ª entre os maiores exportadores de vestuário, o que nos leva a concluir que, nesse segmento industrial, o país se enquadra claramente no perfil de “produtor-consumidor”, isto é, produz para si mesmo, com parcelas relativas muito pequenas destinadas à exportação.

Sobre o IEMI

O IEMI – Inteligência de Mercado (www.iemi.com.br) foi criado em 1985 para atender a crescente demanda por dados numéricos e comportamentais relativos aos mercados das empresas e entidades de todos os tamanhos, bem como a ajudar a sustentar o planejamento de suas ações. O IEMI tornou-se a principal fonte de informações para importantes setores da economia brasileira, como o têxtil, confeccionista, calçadista, moveleiro, entre outros, contribuindo para seu melhor desenvolvimento.