Vestuário é o novo trunfo paranaense

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As portas se mantêm abertas para o setor de vestuário no Paraná. A qualidade dos produtos ofertados, aliada à especialização produtiva da mão de obra, tem rendido ganho de competitividade às empresas do ramo, em relação ao restante do país. No ano passado, o setor teve o maior crescimento nas vendas da indústria paranaense: 28,5%, indo na contramão do faturamento industrial estadual, que se manteve estagnado.

Foi o terceiro ano de crescimento acelerado do setor, que teve elevação nas vendas de 18,29%, em 2012, e 17,59%, em 2011, segundo os Indicadores Conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Além disso, entre 2008 e 2012, houve aumento no número de indústrias de confecções no estado. O acréscimo foi de 17,3%, enquanto o índice nacional ficou em 16,5%, conforme a última pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), encomendado pela Fiep. Hoje, são mais de 2,5 mil fábricas do setor em operação no estado.

Ainda segundo a pesquisa, o estado responde por 9% da produção nacional – sendo o quinto maior produtor em volume. A soma dos investimentos bateu a casa dos R$ 146,9 milhões em 2012, com alta de 24,3% comparada ao ano anterior.

O doutor em Desen­volvimento Econômico e professor do departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Antonio Carlos de Campos lembra que os polos paranaenses se firmaram no mercado com reconhecida qualidade técnica de produção, englobando desde a tecnologia de ponta até o treinamento minucioso dos trabalhadores. A afirmação pode ser comprovada pela pesquisa do Iemi, que aponta que 7,1 mil peças são produzidas por cada funcionário anualmente no Paraná. O índice nos outros estados não ultrapassa 5 mil.

“É isso que garante o aumento do número de empresas, mesmo na contramão da economia. É um setor que também não oscila tanto, haja vista que vestuário é um bem de primeira necessidade”, argumenta Campos. Dentro dessa perspectiva, ele pontua ainda que o crescimento da atividade eleva o número de empresas e trabalhadores, em decorrência do setor ter características de elevado grau de subcontratação. Dessa forma, se torna mais simples que uma empresa desponte no mercado como terceirizada, do que expandindo seu parque industrial.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Cianorte (Sinveste), Alberto Nabhan, cita ainda a exposição da produção local nos shoppings atacadistas, no chamado “corredor da moda”, entre Cianorte e Maringá, que concentra 11 empreendimentos. “Muitas marcas paranaenses atingiram o mercado nacional. Isso atrai novos clientes e dá um gás na produção. Atingimos, há cerca de cinco anos, clientes de Rondônia e Mato Grosso, por exemplo”, reforça Nabhan.

Referência

Morena Rosa e Bainha com Arame são exemplos de sucesso

Lucas Franzato, diretor comercial do Grupo Morena Rosa, responde de prontidão o motivo do sucesso da marca cianortense, criada há duas décadas. “Nós chegamos aonde a concorrência não chega”. Para ele, o interior ainda é pouco explorado por grandes marcas. E foi em cidades com menos de 50 mil habitantes que a Morena Rosa despontou.

O grupo atende atualmente 1,8 mil cidades do Brasil. Segundo Franzato, 86% das vendas estão concentradas em municípios do interior, mas as peças também são exportadas para 10 países.

Quanto à vertiginosa expansão estadual, o empresário atribui o sucesso à mão de obra qualificada. “Nós temos excelentes costureiras, estilistas e tantos outros profissionais na área. Isso possibilita que as marcas criem bons produtos. Isso é diferencial”, afirma.

A qualidade também é reforçada pelo diretor de Marketing da Bainha com Arame, Fábio Ferreira. E ele a une a experiência adquirida. “É uma herança. Nossas facções, por anos, produziram para grandes indústrias nacionais e hoje produzimos nossas próprias marcas”. A empresa maringaense foi criada em 1997, com marca própria e uma única facção. A produção chega a 50 mil peças por mês, que são vendidas em uma loja no varejo e em shoppings de atacado da região.

Ferreira afirma que a expansão foi consequência da estrutura do setor, o que consolidou o Paraná como referência em vestuário. No entanto, ele se queixa que o reconhecimento não é completo. “Somos vistos como produtores de atacado, mas precisamos ser reconhecidos como produtores de moda”. (Fonte: Gazeta do Povo – 21/04/2014)

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As portas se mantêm abertas para o setor de vestuário no Paraná. A qualidade dos produtos ofertados, aliada à especialização produtiva da mão de obra, tem rendido ganho de competitividade às empresas do ramo, em relação ao restante do país. No ano passado, o setor teve o maior crescimento nas vendas da indústria paranaense: 28,5%, indo na contramão do faturamento industrial estadual, que se manteve estagnado.

Foi o terceiro ano de crescimento acelerado do setor, que teve elevação nas vendas de 18,29%, em 2012, e 17,59%, em 2011, segundo os Indicadores Conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Além disso, entre 2008 e 2012, houve aumento no número de indústrias de confecções no estado. O acréscimo foi de 17,3%, enquanto o índice nacional ficou em 16,5%, conforme a última pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), encomendado pela Fiep. Hoje, são mais de 2,5 mil fábricas do setor em operação no estado.

Ainda segundo a pesquisa, o estado responde por 9% da produção nacional – sendo o quinto maior produtor em volume. A soma dos investimentos bateu a casa dos R$ 146,9 milhões em 2012, com alta de 24,3% comparada ao ano anterior.

O doutor em Desen­volvimento Econômico e professor do departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Antonio Carlos de Campos lembra que os polos paranaenses se firmaram no mercado com reconhecida qualidade técnica de produção, englobando desde a tecnologia de ponta até o treinamento minucioso dos trabalhadores. A afirmação pode ser comprovada pela pesquisa do Iemi, que aponta que 7,1 mil peças são produzidas por cada funcionário anualmente no Paraná. O índice nos outros estados não ultrapassa 5 mil.

“É isso que garante o aumento do número de empresas, mesmo na contramão da economia. É um setor que também não oscila tanto, haja vista que vestuário é um bem de primeira necessidade”, argumenta Campos. Dentro dessa perspectiva, ele pontua ainda que o crescimento da atividade eleva o número de empresas e trabalhadores, em decorrência do setor ter características de elevado grau de subcontratação. Dessa forma, se torna mais simples que uma empresa desponte no mercado como terceirizada, do que expandindo seu parque industrial.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Cianorte (Sinveste), Alberto Nabhan, cita ainda a exposição da produção local nos shoppings atacadistas, no chamado “corredor da moda”, entre Cianorte e Maringá, que concentra 11 empreendimentos. “Muitas marcas paranaenses atingiram o mercado nacional. Isso atrai novos clientes e dá um gás na produção. Atingimos, há cerca de cinco anos, clientes de Rondônia e Mato Grosso, por exemplo”, reforça Nabhan.

Referência

Morena Rosa e Bainha com Arame são exemplos de sucesso

Lucas Franzato, diretor comercial do Grupo Morena Rosa, responde de prontidão o motivo do sucesso da marca cianortense, criada há duas décadas. “Nós chegamos aonde a concorrência não chega”. Para ele, o interior ainda é pouco explorado por grandes marcas. E foi em cidades com menos de 50 mil habitantes que a Morena Rosa despontou.

O grupo atende atualmente 1,8 mil cidades do Brasil. Segundo Franzato, 86% das vendas estão concentradas em municípios do interior, mas as peças também são exportadas para 10 países.

Quanto à vertiginosa expansão estadual, o empresário atribui o sucesso à mão de obra qualificada. “Nós temos excelentes costureiras, estilistas e tantos outros profissionais na área. Isso possibilita que as marcas criem bons produtos. Isso é diferencial”, afirma.

A qualidade também é reforçada pelo diretor de Marketing da Bainha com Arame, Fábio Ferreira. E ele a une a experiência adquirida. “É uma herança. Nossas facções, por anos, produziram para grandes indústrias nacionais e hoje produzimos nossas próprias marcas”. A empresa maringaense foi criada em 1997, com marca própria e uma única facção. A produção chega a 50 mil peças por mês, que são vendidas em uma loja no varejo e em shoppings de atacado da região.

Ferreira afirma que a expansão foi consequência da estrutura do setor, o que consolidou o Paraná como referência em vestuário. No entanto, ele se queixa que o reconhecimento não é completo. “Somos vistos como produtores de atacado, mas precisamos ser reconhecidos como produtores de moda”. (Fonte: Gazeta do Povo – 21/04/2014)

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