Evento em 2014 para crianças já atrai parceiros, diz Borges

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Depois de cinco anos de estudos, a Luminosidade, empresa do grupo Inbrands responsável pelo São Paulo Fashion Week, anuncia seu primeiro evento voltado para o público infantil. O São Paulo Future Kids (SPFK) está previsto para outubro de 2014. A proposta inicial é que dure três dias, incluindo um fim de semana, antecedendo o SPFW que sempre começa numa segunda-feira. O F da logomarca não significa ‘fashion’ de propósito. “Moda é um dos pilares. Estamos criando uma plataforma que envolve o entendimento de indústria criativa com arte, música, tecnologia, educação e sustentabilidade”, diz Paulo Borges, CEO da Luminosidade.

O evento deverá consumir R$ 6 milhões só na produção e contará com até 12 patrocinadores, como no modelo do São Paulo Fashion Week. Entre as empresas que já anunciaram o interesse estão Marisol, Mattel, shopping Iguatemi, O Boticário. Para já “lançar a ideia” para o público, a marca Lilica Repilica (Marisol) fará um desfile nesta edição do São Paulo Fashion Week, que começa em 28 de outubro. O mesmo se dá com uma instalação da Hot Wheels (Mattel) durante o evento. Borges diz que a vocação do São Paulo Future Kids é alcançar o mesmo tamanho do SPFW.

Com 85% de seus negócios focados no segmento infantil, a Marisol foi a primeira a aderir. Só sua marca Lilica Ripilica tem 182 lojas franqueadas no país. “O SPFW tem um papel muito importante na consolidação do conceito de moda no Brasil. A futura edição do SPFK é uma materialização da importância do mercado infantil, que cresce no Brasil”, diz Giuliano Donini, presidente da Marisol. “Ao mesmo tempo, é uma oportunidade porque queremos fortalecer a Lilica Ripilica como verdadeira marca de moda infantil.”

Borges diz que há tempos as empresas pediam um evento que desse “um lastro” para o segmento de moda infantil. Mas no seu entendimento, a criança teria de ser contemplada no projeto não só nos desfiles das marcas.

O SPFK pretende ser um “caldeirão de criatividade” que poderá servir de laboratório para vários setores que já atuam ou pretendem atuar com o público infantil. “Está é uma geração que está quebrando todos os paradigmas. É muito interessante construir o futuro com quem já lida com ele no presente. Por isso, nosso conceito é: aperte o ‘play’, o futuro é você quem faz”, diz Borges.

Vários núcleos serão montados ao mesmo tempo num parque – o Villa Lobos, prevê Borges. Os desfiles, palestras e workshops serão realizados apenas para convidados. Todas as ações infantis, contudo, serão abertas ao público. A ideia é que muitas atividades possam ser organizadas concomitantemente em outras partes da cidade, incluindo uma parada infantil.

Mas quando se fala em atividades monitoradas, nem de longe o conceito é o de um depósito de giz de cera. “Esta é uma geração que nasceu digital e que quer ser protagonista. Cerca de 34% delas já usam a internet no Brasil. Criatividade com interatividade é a base de todo o evento.”

Educadores, especialistas, artistas serão chamados a cada edição para ajudar a definir a pauta das palestras, workshops e atividades. A Fundação Teatro Municipal, por exemplo, já aderiu à iniciativa.

“Não queremos fazer um shopping a céu aberto. A questão do consumo infantil está contemplada. Podemos ter um debate sobre obesidade infantil e educação alimentar e isto estar proposto numa atividade de gastronomia criada por um empresa, por exemplo”, diz Graça Cabral, diretora de novos projetos da Luminosidade. O Boticário, conta ela, vai lançar uma marca infantil no próximo ano, que incluirá uma linha de maquiagem. E isso pode gerar um espaço temático específico. Consultada, Boticário negou a informação.

O evento terá uma “pop up store” (loja temporária) com curadoria dos organizadores. “Uma pesquisa da Tetra Pak mostra que 74% das crianças estão dispostas a comprar produtos ecologicamente corretos. Este é um público muito exigente. Eles não se influenciam só pelo apelo comercial. Os produtos precisam fazer sentido”, diz Borges.

Uma das propostas do evento também é mostrar às crianças que moda não é só roupa. “Este é um entendimento que demoramos para que o próprio governo aceitasse e que só se deu na gestão do então ministro [da Cultura] Gilberto Gil”, diz Borges. Desde então, projetos de moda podem captar recursos pela lei Rouanet. Nem todos envoltos em polêmica, como foi o caso do estilista Pedro Lourenço, que solicitou patrocínio para montar seu desfile em Paris. Borges não descarta no futuro que atividades do São Paulo Future Kids possam se beneficiar do incentivo.

O mercado infantil tem ganhado corpo e visibilidade no país. No último fim de semana, por exemplo, foi realizado o Fashion Weekend Kids no Rio de Janeiro, no shopping Village Mall. O evento teve este ano outras duas edições em São Paulo e uma na Ilha de Comandatuba, na Bahia. No Brasil, a melhora na distribuição de renda é um dos fatores que impulsionam o segmento.

Outro fator destacado pelo IEMI (Instituto de Estudos de Marketing Industrial) é que as mulheres estão esperando mais para ter filhos – já estabilizadas profissionalmente e, portanto, com mais dinheiro. A moda infantil no Brasil é dominada pelo “fast fashion”. Há todo um trabalho a ser feito para construção de marca.

De 2010 para cá, grifes de luxo têm lançado linhas infantis. Estão atuantes neste setor Burberry, Armani, Stella McCartney, Gucci, Versace, Lanvin. A Global Industry Analysts estima que as etiquetas luxuosas vão movimentar até 2015, junto aos menores de 14 anos, cerca de US$ 157 bilhões. No Brasil, estima-se que 20% das vendas do setor de luxo seja para os pimpolhos.

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